7º Dia em Fernando de Noronha – Encontro com o Tubarão

7º Dia em Fernando de Noronha – Encontro com o Tubarão
Forte de Santo Antônio
Forte de Santo Antônio

Acordei cedo para curtir mais um dia na ilha. Tomei um rápido café da manhã e fui de bugre me encontrar com a Maria Rita e a Cecíllia na Praça do Flamboyant. Fomos em direção ao Porto para ver de perto a pontinha onde tem várias coisas interessantes.

A primeira parada foi o Forte de Santo Antônio. Construído em 1737, em forma de quadrilátero irregular, possui uma área de 1080 m². Contava com 8 peças de artilharia de calibre 12, e um paiol para 180 barris. A altura de suas muralhas variava de 2,55 a 1,20 m. Em 1864, com a necessidade de manter-se ali um posto de guarda e fiscalização, foi reedificado e artilhado. Em 1876 foi desarmado e abandonado.

Em seguida, alguns metros a frente, passamos pela Air France. Ela surgiu em 1934, da fusão de quatro companhias aéreas, uma das quais a Cia. Generale Aeropostale, instalada no arquipélago desde 1927. Possuía três edificações: para morada dos técnicos, guarda do material de trabalho e antenas, nas proximidades e no Morro do Francês. Atualmente, a única edificação que restou é utilizada como Espaço Cultural Air France, sede da Associação dos Artesãos e Artistas Plásticos de Fernando de Noronha. O Mirante da Ponta do Air France é o ponto de encontro do mar de dentro com o mar-de-fora. É uma área de contemplação das Ilhas Secundárias, dentre elas a de São José que abriga a única fortificação localizada fora da Ilha principal: o Forte de São José do Morro.

Mirante da Ponta do Air France
Mirante da Ponta do Air France

O Forte de São José do Morro foi construído entre os anos de 1758 e 1761, teve a função de impedir o desembarque nas Ilhas Secundárias (Rasa, Sela Gineta, Meio e Rata) bem como, na Baía de Santo Antônio. De forma triangular, possui uma área de 2400m². No pátio central a cisterna, que servia para aguada dos navios, era abastecida com águas da chuva por meio de bicas que aproveitavam a inclinação dos telhados dos quartéis. Em 1849, as muralhas com 3 a 6 metros de altura já estavam comprometidas fisicamente.

Enseada dos Tubarões
Enseada dos Tubarões

Próximo ao prédio da Air France existe uma trilha até os Alagados da Raquel e a famosa Enseada dos Tubarões. Em menos de 5 min já estávamos lá para tentar apreciar os tubarões entrando e saindo da enseada. Esta área é considerada o ponto de descanso e alimentação de alguns que vão e voltam durante todo o dia. Ficamos muito tempo por lá apreciando a vista, vimos até tartarugas nadando e se alimentando tranqüilas em uma área de risco para elas. Mas tubarões mesmo, nada. O sol estava a pino e a maré começando a encher, perfeita para um bom mergulho. O local escolhido desta vez foram as Piscinas Naturais da Baía dos Porcos. Deixamos a Maria Rita na praça, pois havia combinado de fazer a Trilha do Atalaia as 11hs, e fomos direto para a Cacimba do Padre. Chegando lá, fomos até o lado esquerdo e subimos a trilha para a Baía. Antes uma rápida parada no mirante que tem em frente ao Morro Dois Irmãos.

Morro Dois Irmãos, em frente a Baía dos Porcos
Morro Dois Irmãos, em frente a Baía dos Porcos

Ao caminhar por esta trilha você terá a oportunidade de observar uma das mais belas paisagens do arquipélago, que são a Baía dos Porcos e o Morro Dois Irmãos. Observe as encostas das falésias e a riqueza de vida que nelas se instala. São árvores incrustadas nas fendas das pedras e uma grande quantidade de aves. Andando por suas rochas é possível ver a origem vulcânica delas. Em muitos lugares dá para ver nitidamente as ondas de lava magmática solidificadas com o resfriamento nas águas.

Chegando no paraíso
Chegando no paraíso

Estávamos todos impressionados com a cor da água. Ela variava de um verde esmeralda até um azul turquesa incrível. Fomos até sua pequena faixa de areia, largamos as mochilas, pegamos o material de mergulho e corremos para a água. Logo de cara diversos peixes sargentinhos vieram para nos saudar. A diversidade marinha neste ponto é enorme. Por possuir alguns recifes e pedras, as ondas entram pouco, deixando a baía ainda mais calma. Ao me afastar um pouco mais da área de banho pude presenciar uma das cenas que mais desejava ver na ilha: as tartarugas. E lá estavam elas. Uma Tartaruga Verde e uma Tartaruga de Pente. Pequenas, mas belíssimas, nadando com toda a tranqüilidade do mundo. Pude presenciá-las se alimentando nas centenas de algas existentes nas pedras. Neste mesmo mergulho também vi polvos, arraias, peixes diversos, e uma assustadora barracuda que dá medo só de olhar, mas que estava passando tranqüilamente.

Tartaruga Verde - Baía dos Porcos
Tartaruga Verde – Baía dos Porcos

Fiquei empolgado com o mergulho e decidimos ir até o porto tentar a sorte por lá também. Mas antes uma passada na Praia do Bode. Com o acesso feito por uma estrada antiga, essa praia apresenta uma bela paisagem do Morro Dois Irmãos localizado ao lado esquerdo. No lado direito, encontra-se o costão rochoso com o nome de Pedra do Bode. É o ponto de partida para incursões às praias vizinhas, no período da maré baixa, como por exemplo, a Praia dos Americanos. Ficamos pouco tempo e no caminho de volta decidimos dar um pulo no Mirante dos Golfinhos para tentar ver algo por lá também.

Grupo de Rotadores avistados do Mirante dos Golfinhos
Grupo de Rotadores avistados do Mirante dos Golfinhos

A caminhada é fácil, apesar da trilha cheia de lama ainda das chuvas dos dias anteriores. Após vencer uns alagados e alguns mosquitos, chegamos até o mirante. Nossa, que visual. Agora entendo porque os golfinhos rotadores escolheram esta baía para descansar, reproduzir e socializar. Em menos de 5min eles apareceram para nos dar as boas vindas. Vários grupos estavam vindo da Ponta da Sapata em direção a sua “casa”. E por ali ficaram, de um lado para o outro, dando saltos e piruetas. Como já eram quase 4hs da tarde, resolvemos voltar para ainda mergulhar no Porto de dia. E foi o que fizemos.

Pôr-do-sol visto do mar, no Porto
Pôr-do-sol visto do mar, no Porto

O porto é quase sempre tranqüilo nesta época do ano e apresenta algas e recifes de corais, onde cardumes das mais variadas espécies habitam. Próximo a bóia sinalizadora possui um naufrágio. Este navio, na época, trazia carvão mineral em seus porões para o Brasil e passando por ali, acabou fazendo água e foram obrigados a “abandonar o navio”. Até pouco tempo atrás ainda era possível avistar a chaminé fora da água nos dias de maré baixa. O mergulho estava indo muito bem quando ao descer até a chaminé repleta de peixes coloridos fui surpreendido com um tubarão vindo em minha direção. Minha primeira reação foi de susto, mas como já tinha sido instruído nas palestras do Tamar, mantive a calma e continuei de olho nele, fotografando e filmando. A sensação de estar na água com um tubarão ao seu redor é uma coisa de outro mundo. O mito criado sobre seus ataques a humanos foi terrível e contribuiu demais com a matança desses seres, que encontra alimento em abundância ao redor das ilhas. Não existem relatos de nenhum acidente relacionado a ataques de tubarões em Fernando de Noronha. Ah, e vi também uma pequena moréia serpenteando nas areias próximas aos corais. E pra finalizar, que tal assistir ao pôr-do-sol no mar? Pois é. Foi o que fizemos. Ficamos mergulhando até o final do dia, aproveitando cada minuto.

O encontro com o Tubarão
O encontro com o Tubarão

Pronto, acho que já vi tudo que pretendia ver no mar. Hora de voltar pra Pousada e almoçar-jantar algo. O prato escolhido para a refeição foi um peixe grelhado na folha da bananeira, no Restaurante Tom Marrom. Uma delicia, eu recomendo.

A noite caiu rápido (ou foi o dia que fui muito bem aproveitado?). A palestra do dia no Tamar é uma das mais faladas por todos. O tema foi: Tubarões de Noronha. Perfeito! Tinha acabado de ver um bem na minha frente a poucas horas atrás. Na volta pra Pousada, uma parada rápida para tomar um Açaí com a Cecíllia, o Allison (um turista novo na ilha) e o Denis (médico ortopedista de Sampa) que logo se enturmaram conosco.

Estou surpreso com o arquipélago. A cada dia, quando já achava que tinha visto coisas bonitas suficientes para amar esse pequeno pedaço de terra no meio do Oceano Atlântico, me surgem coisas ainda mais belas e fantásticas. Isso é Fernando de Noronha.


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